Domingo, 12 de Fevereiro de 2006

Fanatismo, verso liberdade

Caricaturas de Maomé
e caricatura da democracia

Não é por acaso que só três meses depois de terem sido publicadas, pela primeira vez, num jornal dinamarquês, as caricaturas de Maomé inspiraram um movimento avassalador de fúria fundamentalista em muitos países, designadamente na Europa. É que, entretanto, foi-se desenvolvendo o confronto entre o Irão e o Ocidente por causa da "bomba islâmica" e que outra bomba rebentou o triunfo esmagador do Hamas na Palestina. Os discursos incendiários do Presidente iraniano, negando o Holocausto e apelando à destruição de Israel, foram sublinhados nas urnas de Gaza e da Cisjordânia, onde o partido vencedor mantém o objectivo de erradicar do mapa o Estado hebraico. Já a Síria acolheu algumas das manifestações mais veementes contra a "blasfémia", exactamente quando se apertava o cerco internacional ao regime de Damasco, acusado de patrocinar assassinatos políticos no antigo "protectorado" libanês. Ora, foi precisamente no Líbano - que ainda há poucos meses começara a libertar-se da tutela síria - que se registaram as acções de rua mais violentas e destruidoras contra a Dinamarca e o Ocidente. São coincidências a mais.

Está claro que as caricaturas do profeta não passam de um mero pretexto nesta história, por mais evidente que seja a irresponsabilidade imbecil do jornal dinamarquês que começou por reivindicar em editorial o direito de "desafiar, blasfemar e humilhar" e acabou, de rabo entre as pernas, pedindo perdão pela ofensa às crenças islâmicas. Em todo o caso, os fundamentalistas já podem cantar vitória criaram um novo tabu e um novo factor de intimidação à liberdade de imprensa como valor essencial das sociedades seculares e democráticas. A prova está nas reacções temerosas e culpadas das diplomacias ocidentais, incluindo a americana, numa quase admissão da legitimidade da violência cega do fanatismo islamita. Só faltava desculparem-se pelo facto de a liberdade de imprensa ser politicamente incontrolável em democracia, o que os fundamentalistas, obviamente, se recusam a aceitar.

A hipocrisia sinistra do islamismo fanático e das ditaduras muçulmanas chega a ser praticamente absolvida pelas temerosas lideranças ocidentais. A esse respeito, é sintomática a complacência com que foram tratados os manifestantes que em países como o Reino Unido exibiram apelos explícitos ao assassinato dos autores das "blasfémias". Será admissível que um qualquer adepto do uso indiscriminado do terror em nome do profeta - como fazem a Al-Qaeda e outros movimentos extremistas - tenha o direito de reclamar a morte de quem se limita, no fundo, a representar essa situação numa caricatura? O turbante de Maomé transformado em bomba não é, no fundo, a própria imagem de marca reivindicada pelo terrorismo islâmico?

Claro que a questão ultrapassa qualquer padrão de racionalidade, até porque a esmagadora maioria dos que se manifestaram através do mundo islâmico não conheciam de todo o pretexto próximo que supostamente alimentou a sua fúria. Aí chegamos ao outro lado da história, que tem a ver com o desastre total da estratégia americana - e, por omissão, europeia - no Médio Oriente, designadamente no conflito entre Israel e a Palestina, e no Iraque. A cruzada iraquiana de Bush não só ofereceu de bandeja ao terrorismo islâmico uma base de irradiação territorial, como favoreceu o reforço da teocracia xiita iraniana (aliada do núcleo duro do actual Governo de Bagdad) e a sua influência regional, estimulando também o triunfo do Hamas nas eleições palestinianas. Não por acaso, o último discurso de Bush sobre o "estado da Nação" reflecte, dramaticamente, até que ponto a Administração americana perdeu a iniciativa para enfrentar ameaças mil vezes mais perigosas, como é o nuclear iraniano, do que as fictícias armas de destruição maciça de Saddam Hussein. Entradas de leão, saídas de sendeiro...

A utopia simplista de democratização do Médio Oriente, perseguida com obstinada cegueira ideológica pelos missionários neoconservadores, teve um previsível e arrasador efeito de boomerang, como agora se verificou na Palestina. A democracia não é um valor abstracto e que se possa impor de fora a sociedades não seculares, tribais e confessionais. Como escreve Jean Daniel, a "ideia de que a repetição das consultas eleitorais pode garantir o bom uso da liberdade não é de nenhuma utilidade quando um presidente não é eleito senão para interpretar os mandamentos de Deus". E assim se passa das caricaturas de Maomé à caricatura da democracia.

 


 

Por: Vicente Jorge Silva
Jornalista  

Viver Livremente editou às 00:12
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Quarta-feira, 8 de Fevereiro de 2006

Caricaturas de Maomé

Caricaturas de Maomé

 

Conhecereis a verdade

 

 

 

Cristãos e muçulmanos



Certo dia o Senhor Jesus Cristo disse: Conhecereis a verdade e ela vos libertará.

Que palavras animadoras para todos os que temos fé. Mas a realidade é bem diferente, quer sejamos desta ou daquela religião, podemos constatar que não somos livres.

Vejamos a polémica em volta das caricaturas de Maomé...Falta-me comentário é de tal maneira aberrante, para nós do mundo cristão é impossível entender este comportamento.

Claro que não esquecemos as atrocidades que a igreja católica praticou durante a inquisição, e tantas outras atrocidades que outras religiões tem praticado em nome de Deus.


Miguel Roque


 



 

Viver Livremente editou às 18:40
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Sexta-feira, 3 de Fevereiro de 2006

Lojas chinesas



O que andam os portugueses a fazer?

 

Já pensou que cada compra feita nas lojas
chinesas, contribui para mais uns portugueses no desemprego?
O que andam as associações de comerciantes a fazer?

 

- Sabia que os preços baixos praticados nas
lojas chinesas são conseguidos à custa de trabalho em regime de
escravatura, trabalho infantil e total desprezo pelos direitos humanos? 

- Sabia que o nosso querido Governo concede a essas lojas uma
isenção do pagamento de impostos por um período de vários anos? 

- Sabia que o Governo Chinês subsidia as altas rendas que os
chineses pagam pelas lojas com a condição de todo o stock vir directamente
da China? 

- Sabia que as rendas exorbitantes que os chineses pagam por essas
lojas (há rendas de mais de 3.500€ mensais) irão inflacionar o mercado de
arrendamento comercial e amanhã estarão os senhorios a pedir o mesmo preço
a qualquer comerciante português? 

- Sabia que existem máfias chinesas a lavar dinheiro da venda de
droga e armamento através de algumas dessas lojas? 

- Sabia que por falta de planeamento urbanístico, há ruas em
Portimão onde deixaram abrir 5 e 6 lojas chinesas que arruinaram todo o
comercio à  sua volta? 

- Sabia que o levantamento das restrições a entrada de têxteis
chineses em Portugal já obrigou ao encerramento de dezenas de fabricas de
têxteis no norte do país, com o consequente despedimento de milhares de
trabalhadores? 

- Sabia que os poucos cêntimos que poupa ao comprar em lojas
chinesas, contribuem para a falência de muitas lojas portuguesas e para
lançar no desemprego milhares de trabalhadores? 

- Sabia que esses novos desempregados vão sobreviver à custa do
Fundo de Desemprego que é mantido com os impostos que todos nós pagamos? 

Por tudo isto, pense duas vezes antes de entrar numa
loja chinesa. Pode estar a arruinar o seu futuro e o dos seus filhos. Se
acha que os cêntimos que poupou na loja do chinês são mais importantes que
o futuro do comércio local, que o futuro da economia do país e que o
futuro de todos nós, então continue a comprar aos chineses.


Eles e o Governo Chinês agradecem!
 

















Viver Livremente editou às 16:01
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